O Grupo Cultural e Recreativo Nun' Álvares foi fundado em 6 de Novembro de 1932, sob a égide da Igreja Católica. Contribuiu decisivamente para a sua formação D. Maria Guimarães Vieira Campos de Carvalho, chamada «D. Maria do Comendador», que dedicou toda a sua vida às obras de piedade da Paróquia de Fafe. Jovem, com pouco mais de 30 anos e dotada de grande inteligência, teve a feliz ideia de incentivar a criação de um grupo de rapazes que se dedicasse a atividades recreativas (canto, teatro, etc.). O seu propósito era evitar que os adolescentes, saídos da escola primária e feita a catequese, «caíssem na rua» .A ideia foi aceite e acarinhada pelo pároco de então, D . Domingos da Apresentação Fernandes. E foi assim que foram escolhidos sete rapazes que, historicamente, aparecem como os fundadores do Grupo Nun' Álvares. São eles: Albino Teixeira de Castro Guimarães, António Ferreira, Armando Hugo Rodrigues Teixeira Neto, Francisco José de Oliveira Aguiar , Leopoldo da Fonseca Santos, Manuel Eugénio Teixeira de Castro Guimarães e Miguel de Oliveira Aguiar. Porquê a designação «Grupo Nun' Álvares»? No princípio dos anos 30, imperava no nosso país um clima de grande fervor patriótico, estimulado pelos dirigentes do Estado Novo. Em 1931, o Estado e a Igreja organizaram imponentes comemorações, a propósito do quinto centenário da morte de D. Nuno Álvares Pereira, nascido em 1360 e falecido em 1431. D. Maria Guimarães, influenciada certamente por esse facto, escolheu para o Grupo que fundou o nome de Nun' Álvares, venerado, como rezam as crónicas, no dia 6 de Novembro de cada ano. Dos primeiros anos de atividade do Grupo Nun' Álvares pouco ou nada se sabe. Infelizmente, extraviaram-se os registos dos sócios, atas, documentos e fotografias que poderiam fazer luz sobre esse período. Sabe-se que a coletividade participou em espetáculos de teatro e outras manifestações culturais e recreativas do género. No entanto, por volta de 1938 ou 1939, foi suspensa a atividade do Grupo. Assim registou-se um interregno de mais de uma década em que o Grupo se eclipsou... ...Até que em 5 de Novembro de 1951 um conjunto de fafenses «refundou» o Grupo Nun' Álvares. Os seus nomes: José de Freitas, António Fernandes de Carvalho, António Mendes, Daniel de Oliveira, José Gonçalves Moreira, Abel da Costa Oliveira e Albano da Costa. A partir dessa altura, a coletividade sofre um forte impulso, desenvolvendo todo um conjunto de atividades que guindaram o Grupo à posição de maior agente cultural, em termos do movimento associativo, da cidade de Fafe. Ao serviço de Fafe, da sua cultura e da sua sociedade, o Grupo Nun' Álvares impôs-se, sem discussão, pela pluralidade, imponência e eficácia das suas realizações, sobretudo de índole cultural, recreativa, desportiva e social. De grande retumbância, foram a organização de cortejos de oferendas a nível concelhio a favor do Hospital da Misericórdia, dos Bombeiros Voluntários e da Igreja Nova de S. José; a organização de várias edições de Festas do Concelho em honra de N. S. de Antime e de corsos carnavalescos (interrompidos em 1959, retomados em 1988 e novamente suspensos em 1989, por carência de instalações); enquadramento de finais de etapa da Volta a Portugal em Bicicleta e organização de mais de uma dezena de edições do Concurso Vestido de Chita. De tantas e tão variadas iniciativas e atividades levadas a cabo pelo Grupo, enumeram-se mais algumas: participação na construção do salão paroquial a norte da Igreja Matriz (a segunda sede do Grupo); realização de inúmeros espetáculos de teatro e de revista por todo o concelho de Fafe e vários outros municípios; organização de concursos de poesia; criação de escolas de música e de patinagem artística; existência do famoso grupo «Pimpinela»; realização de espetáculos de variedades, música coral, danças infantis; organização de exposições de arte, colóquios, recolha etnográfica; publicação durante vários anos do jornal «O Condestável» e edição em 1981 da revista «Condestável». A nível desportivo, o Grupo construiu dois parques de jogos, o último dos quais inaugurado em 29 de Maio de 1976, com o jogo ,de voleibol F. C. Porto - Leixões S. C.; organizou diversos torneios de futebol de salão, participou em campeonatos distritais federados de andebol, ténis de mesa e voleibol, modalidade em que se sagrou o 1º campeão distrital (época 1965/66); manteve escolas de educação física para crianças e adultos, entre outras iniciativas de inegável alcance social. Em 1992, instala-se na sede que hoje ocupa e que foi construída de raiz, realizando ali várias atividades, tendo como ponto alto em 2000 realizado, nas suas instalações, a “Final Four” Masculino da Federação Portuguesa de Hóquei em Patins.

​

Atualmente, o Grupo subdivide a sua atividade em dois setores. Cultural e Desportivo. Do cultural, fazem parte; O Teatro representado pelo teatro Vitrine, a Música Coral representada pelo Coral Santo Condestável, a Escola de Música e Tuna, representada pela Orquestra Orff a dança (vários tipos), representada pela ADN-Academia de Dança Nun’Álvares, o Xadrez, as Artes Performativas, o Campismo e Montanhismo. O desportivo, engloba a Patinagem Artística, o Futsal,  Aerofight.

​

Pela sua ação e intervenção relevante na vida comunitária, o G.N.A. foi agraciado com a Medalha de Prata do Município de Fafe (1982), sendo-lhe entregue em 2008 a medalha de Ouro de Mérito Concelhio e declarado Instituição de Utilidade Pública em 20/4/1983 (D.R.II Série, nº91).

​

Ultimamente o GNA tem tido um desenvolvimento enorme, quer em número de associados quer em resultados. Os associados chegaram em final de 2023 aos 1613 e a atividade tem  tido um aumento significativo quer em número de praticantes e horas de treino, acompanhada de dotação de equipas técnicas de qualidade. Em consequência disso, os resultados têm sido significativos, tomando relevo a presença de atletas nossos em equipas Olímpicas, Campeões Distritais, Regionais, Nacionais e Europeus, em desportos individuais ou coletivos.

​

A par de tudo isto, o GNA tem organizado vários eventos desportivos e culturais de âmbito nacional e internacional, sob a égide de outras entidades, granjeando reconhecimento e louvor pelos parceiros.

​

Todos estes resultados são consequência de uma gestão serena e consciente a que não fica alheia o apoio da CM de Fafe e Junta de Freguesia de Fafe

Anualmente, em 6 de Novembro, festeja o seu patrono, Beato Nuno,  com diversas atividades que normalmente se prolongam por um mês.